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quinta-feira, janeiro 31, 2013

Praça de Touros de Estremoz - Ainda não reabriu ao público e já levanta polémica

A Praça de Touros de Estremoz, que como noticiámos aqui, irá reabrir ao público no próximo dia 9 de Maio, volta a ser notícia no meio taurino, mas agora com muita polémica à mistura.

Foi divulgado no dia de ontem, por diversos sites e blogues taurinos, que a Câmara Municipal de Estremoz terá entregue a gestão da praça estremocense à empresa “Campo e Praça, Lda” de António Manuel Barata Gomes e Albino Caçoete.

Alguns desses blogues e sites informavam ainda que o contrato de exploração já teria sido assinado e que terá a duração de um ano, enquanto que outros referem que o acordo ainda não estará firmado, faltando para que isso aconteça, apenas a ultimação do protocolo por parte do Município, e que o processo deverá ficar concluído em Fevereiro.
A Tertúlia Tauromáquica de Estremoz (TTE) já tomou posição sobre esta matéria, através de uma carta enviada às redacções e à qual Estremoz Soeiro teve acesso e que se reproduz na íntegra no final desta informação. Na missiva, assinada por Marco Pernas, Presidente da Direcção da TTE, e por Manuel Rola, Vice-Presidente da Assembleia Geral da referida tertúlia, e que já foi igualmente entregue ao Presidente da autarquia estremocense, Luís Mourinha, bem como ao Vice-Presidente do Município de Estremoz, Francisco Ramos, a TTE contesta a decisão do presidente da câmara de entregar a concessão da praça de toiros à nova empresa e coloca mesmo algumas interrogações sobre a sua capacidade de gestão naquele tauródromo, afirmando que "não podemos aceitar que a praça da nossa terra seja entregue a uma empresa que nada fez pela Festa Brava em Estremoz, sem que os estremocenses sejam ouvidos".
Contactado pelo blogue Diário Taurino sobre esta tomada de posição por parte da TTE, Albino Caçoete referiu que a empresa Campo e Praça, Lda não contesta nada". Acrescentou que "este é um problema que nos passa ao lado, não contestamos qualquer tipo de opinião e estamos tranquilos.
Sublinhou ainda que “nós não temos nada contra ninguém, pelo contrário, temos que nos dar bem com todas as pessoas”. Caçoete, sem querer acrescentar muito sobre a questão, concluiu afirmando que “nós ouvimos, lemos e não fazemos comentários”.
Já depois destas declarações de Albino Caçoete, e da carta da TTE ter sido tornada pública, o Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara Municipal de EStremoz, contactado pelo quinzenário estremocense Brados do Alentejo, garantiu que a notícia que circula no meio taurino "é falsa". Ao jornal estremocense, a autarquia desmentiu a informação e referiu que, "embora ainda esteja a estudar a forma de gerir a praça, a hipótese avançada não está em cima da mesa!"
Um assunto que ainda deverá fazer correr muita tinta...

Texto: Pedro Soeiro | Imagem: DR

Carta enviada à Câmara Municipal de Estremoz pela Tertúlia Tauromáquica de Estremoz

TTE - Tertúlia Tauromáquica de Estremoz
Quinta do Alto da Assumada
7100-150 Estremoz
Contribuinte: 509392911
Telemóvel: 963722552

Exmo. Sr. Presidente do Município Luís Mourinha                     
Exmo. Vice-presidente Francisco Ramos

Estremoz, 29/01/2013 

Assunto: Concessão da Praça de Toiros

Após a reunião do dia 29 de Janeiro de 2012, pelas 10 horas, em que marcou presença o Sr. presidente do Município, juntamente com o Presidente da TTE e o Presidente da Assembleia Geral, vem a TTE por este meio manifestar o nosso desagrado sobre o processo de cedência para exploração da nova praça de toiros de Estremoz.

Fundamentamos o nosso desagrado nos seguintes pontos:

1. Sendo a TTE uma associação do concelho, de vertente tauromáquica, e com um exemplar trabalho desenvolvido ao longo de três anos de existência, lamentamos não termos sido convidados para a discussão do processo de cedência da praça de toiros.

2. Desde a nossa fundação que temos provas dadas no meio taurino, quer na organização e divulgação de Festivais Taurinos e Corridas de Toiros, em praças portáteis, como temos uma boa relação com todos os taurinos, apoderados, toureiros e ganadeiros, pessoas que sempre apoiaram e ajudaram para a divulgação da Tauromaquia em Estremoz, no interregno em que não havia praça de toiros em Estremoz.

3. Como estremocenses e conhecedores profundos do meio taurino, não compreendemos como vai ser cedida a praça de toiros, a título gratuito, a uma empresa formada à 5 dias, em que os seus sócios não eram nada mais que capitalistas de uma outra empresa, não levando em conta o Município o trabalho desenvolvido pela TTE em benefício do nome da cidade de Estremoz e da Tauromaquia.

4. A TTE lamenta esta atitude pois sempre manifestámos, em reuniões e cartas entre a TTE e o Município, o nosso interesse na cedência da praça de toiros para exploração directa pela TTE em igualdade de condições para com outros interessados, pois assim seria um processo conjunto entre o Município, a TTE e os aficionados de Estremoz, aqueles que, como têm conhecimento, tanto lutaram e deram a cara na defesa da recuperação da praça de toiros de Estremoz.

5. Ao longo destes anos demonstrámos espírito organizativo e responsável em todos os eventos que realizámos e que são do conhecimento de Vossas Excelências, ganhámos o respeito da fina flor da tauromaquia nacional. Não compreendemos que uma empresa recém formada, de fora de Estremoz, venha realizar os espectáculos de reabertura da praça, onde a TTE pela relação que tem com todos os taurinos, tem condições de exploração directa do recinto.

6. Sempre nos fizeram sentir que quando a praça funcionasse teríamos uma palavra para aqueles que nos ajudaram, como pessoal de curros, transportes de toiros, porteiros, gráficas, colagens, patrocinadores, artistas, ganadeiros, etc.… E agora?

7. Como conhecedores das preferências da aficion estremocense, iniciámos em 2010 um trabalho de recuperação de uma aficion que já não existia. É lamentável depois de todo o nosso esforço, a TTE não ser convidada a discutir um processo que desde o início nele nos envolvemos.
É lamentável não ter sido levado em linha de conta o nosso trabalho desenvolvido quando é reconhecido a nível nacional e elogiado por muitos aficionados, pois nós quando nos constituímos foi para fazermos alguma coisa pela tauromaquia, não para termos um local para beber copos.
Quando em final de temporada juntamos a aficion nacional em Estremoz todos nos honram com a sua presença e nos seus discursos nos pediam que continuássemos neste trabalho.

Concluímos que fomos excluídos e ignorados de um processo que por mérito próprio tínhamos lugar de destaque, como acontece na cidade de Redondo, em que durante cinco anos a Câmara não pode levar a praça a concurso, a entregou a uma associação tauromáquica do concelho, que ali tem realizado um trabalho notável.
Depois de tudo o que temos realizado pela promoção, defesa e divulgação da festa brava em Estremoz não poderíamos estar mais desagradados com esta situação.

Como munícipes gostaríamos que nos dessem a conhecer quais os fundamentos que levaram o Município a levar por diante esta concessão!

Mais uma vitória para os anti taurinos ao saberem que os taurinos de Estremoz foram ignorados e ultrapassados num processo onde por direito próprio tinham todo o direito de se manifestarem, como quando foi visionado o projecto da praça, fomos nós que detectámos as anomalias que tinha, para o bom funcionamento do recinto como praça de toiros.

Esperamos que haja tempo para remediar o erro pois não podemos aceitar que a praça da nossa terra seja entregue a uma empresa que nada fez pela festa brava em Estremoz, sem que os estremocenses sejam ouvidos e em conjunto sejam discutidas ideias para o bom funcionamento e êxito desta nova etapa da nossa praça de toiros.

Com os melhores cumprimentos,

Atenciosamente,

O Presidente da TTE                                             O Vice Presidente da Assembleia Geral
                  Marco Pernas                                                                       Manuel Rola

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